Sobre body horror


  

(A Mosca, 1986)

  Opa, boa noite pra geral! Aqui estou eu mais uma vez escrevendo pro blog, dessa vez pra falar de um subgênero do terror que eu gosto muito. Sim, eu vim aqui pra falar do tal do body horror! "Ai, mas o que é isso?" Segura aí que eu vou te explicar!

  Body horror é toda modificação que acontece no corpo de uma pessoa sem o controle dela, e contra a vontade dela. Mas são transformações MESMO, então coisas como tortura não se encaixam nesse subgênero. Vou dar aqui o exemplo mais clássico de filme desse subgênero: A Mosca, do diretor David Cronenberg, que é basicamente O Cara quando se trata de body horror. Outro exemplo clássico é Tetsuo, o Homem de Ferro (favor não confundir com o super herói da Marvel), só que esse eu ainda não assisti.

  "Ah, mas A Mosca é ruim, é tosco!" Pois é, body horror não é pra todo mundo. É um subgênero que quem assiste tem que ter mente aberta, porque é feito justamente pra ter bizarrices, e não precisa fazer sentido! Na verdade, quanto menos sentido faz, mais angustiante é pro personagem, e muitas vezes pra audiência também! Existem obras boas e ruins de body horror, mas aqui vou focar em falar das que acho boas, então não esperem que eu vá falar de Tusk, porque aquilo é uma porcaria.

  Atenção! Contém possíveis spoilers para: A Substância, I Have no Mouth and I Must Scream, Uzumaki, Fear&Hunger 1 e 2, Ordem Paranormal.

  Vamo lá! Começando pelos filmes, o mais recente que posso mencionar é A Substância, que tive o prazer de assistir no cinema com uma pessoa que não é tão chegada nesse subgênero, e foi maravilhoso ver ele ficando confuso e horrorizado conforme o filme avançava. O filme começa com um tom mais sério, de crítica aos padrões da sociedade e tal, e realmente, se mantém como uma crítica até o fim, mas dá uma viajada com gosto nas cenas finais, porque aí já vai praquele body horror exagerado e bizarro, com a personagem principal virando um monstro deformado, e eu sinceramente adoro! É tosco? É, mas é bom! Se você não gosta de tosquice, então body horror definitivamente não é pra você.


(Elizabeth Sparkle, protagonista
de A Substância)

  Meu próximo exemplo é literário, e se trata de um conto que eu já até mencionei aqui no blog: I Have no Mouth and I Must Scream, do Harlan Ellison. O destino final do único personagem sobrevivente, transformado em uma gelatina esquisita sem olhos nem boca, é o puro suco de body horror! E a agonia do personagem, transformado naquela coisa horrível, com uma vontade imensa de gritar, mas sem poder por nem ter mais boca...


("Eu não tenho boca, e eu preciso gritar")

  Pro meu próximo exemplo, vamos viajar rapidinho pro Japão e falar do mestre: Junji Ito. Se o Cronenberg é o mestre do body horror nos filmes, o Ito com certeza é o mestre do body horror nos mangás. Uma lida rápida em qualquer trabalho dele, e você já vê as bizarrices que ele consegue criar! Pessoas se transformando em lesmas gigantes, pessoas se contorcendo e se transformando em espirais, pessoas se distorcendo e se deformando terrivelmente pra se encaixar num buraco em uma montanha... Recomendo que leiam Uzumaki, esse mangá é um festival de body horror! Mas ele também tem outros excelentes trabalhos, e entre algumas histórias dele que têm body horror posso mencionar Layers of Fear e Shiver.


(Cena famosa de Uzumaki)

  Agora vamos pro mundo dos videogames, porque não dá pra falar de body horror sem falar de Fear&Hunger! No primeiro jogo, a presença mais óbvia do body horror tá naquela Hidra Humana, que é basicamente um monte de gente amalgamada de forma terrível, e o Casamento, que é uma literal fusão monstruosa entre dois personagens através de um ritual de Sylvian. Além disso, no primeiro jogo também temos a própria deusa do medo e da fome, que começa como uma garotinha, e conforme a boss fight avança, ela vai passando por estágios de transformação até se tornar uma criatura estranha.


(Todas as fases de transformação da Deusa
do Medo e da Fome)

  Mas não podemos deixar de lado o segundo jogo, Fear&Hunger Termina, que traz o conceito de moonscorch, uma condição causada por Rher, o deus da lua, que pode te transformar numa monstruosidade. Cada personagem jogável (e alguns não jogáveis) tem uma forma moonscorched, cada forma relacionada com a personalidade e os defeitos de cada um (por exemplo, a personagem que é jornalista e faz cobertura de guerras se transforma na Valquíria, uma criatura que é uma mistura de mulher com abutre, que carrega em suas asas os corpos de soldados falecidos).


(Valquíria, versão moonscorched da Karin)

  Agora vou falar de algo que não é exatamente body horror, mas que tem potencial na mão do mestre certo. Sim, eu tô falando de Ordem Paranormal! Porque poxa, as modificações relacionadas a cada elemento, principalmente na trilha Monstruoso, têm um puta potencial de body horror! Além disso, algumas das criaturas como O Carente ou o Enpap-X eu acho que meio que contam como body horror sim.


(O Carente)

  E por fim, queria encerrar falando do body horror da vida real, que todos nós passamos. Afinal, se body horror consiste em transformações indesejadas e incontroláveis no corpo, então a puberdade nada mais é que um grande body horror! Nada mais assustador que olhar no espelho e ver seu corpo mudando, totalmente fora do seu controle.

  Então é isso, encerro o post por aqui. Conhece alguma das obras que citei? Ficou curioso com alguma? Comenta aí! Espero que tenha tido uma boa leitura. É nóis, e até a próxima! 

Comentários

  1. Isso me lembrou de quando assisti um filme que uma menina virava uma mariposa kkkkkkk mas mds, que agonia. Mais um tipo de filme pra eu nn assistir

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