Artista Obcecado

 

(Representação visual da Conjectura de Collatz, minha atual obsessão)

  Opa, boa tarde pra geral! Aqui estou eu mais uma vez escrevendo pro blog, dessa vez pra escrever sobre um dos meus temas favoritos: obsessão. Sempre tive a impressão de que a obsessão é a forma mais pura de amor a arte, você quer respirar aquilo, quer entrar em cada pequeno detalhe, e você quer tanto absorver tudo, em um nível que você vive aquilo.

  Admito, eu sou um cara obcecado. Sou obcecado por livros, por temas, por filmes, por universos fictícios, por conceitos da realidade... E, ainda acrescento, sou obcecado por obsessão. Saudável? Não sei, talvez não.

  A questão é que, como artista, a obsessão é uma arma poderosa. Ela tira a máscara dos seus personagens, revela quem realmente são, e assim você consegue uma história onde o leitor tem acesso completo à mente do seu personagem. Porque é isso que a obsessão faz: ela distorce. Ela transforma seu personagem na pior versão dele mesmo conforme ele adoece, e transforma seu objeto de obsessão no centro do universo. Tudo gira em torno daquilo, o mundo é aquilo.

  Eu tô começando agora a escrever uma história nesse pique. Ainda não tenho muita coisa, mas digo que essa história já me consumiu, assim como consumiu meu protagonista, Dr. Elias Prospero. Não vou revelar muita coisa agora, mas a história é, resumidamente, um terror que envolve física teórica, Teoria das Cordas, Conjectura de Collatz, e anomalias acústicas. E a anomalia, o foco da obsessão do Elias... Agora é o foco da minha obsessão também. Só que é uma fixação que se desdobra em camadas, porque eu tô sim obcecado pelo som em si, mas também pelo próprio Elias! Pela mente dele, pela forma como a psique dele se dobra e se distorce sob a anomalia. É um estudo! E o mais engraçado é que temos um cara que vê arte como ciência, escrevendo um cara que parece ver ciência como arte.

  Esse tipo de coisa me faz pensar que, em toda história sobre obsessão, o autor é a primeira vítima da loucura. Será que Herman Melville foi obcecado pela baleia como o Ahab? Será que Oscar Wilde foi obcecado pela beleza e juventude como Dorian Gray, ou até obcecado pelo próprio Dorian como o Basil? Será que Mary Shelley foi obcecada pela Criatura como o Victor? Será que Mark Danielewski foi obcecado pela Casa, assim como Navidson, Zampanò e Johnny? Será que o pessoal da equipe do Simogo foi obcecado pelo Projeto do Terceiro Olho como o Renzo Nero?

  É isso, acho que essa foi minha divagação de hoje, porque eu estava com muita coisa na cabeça e precisava compartilhar com alguém, então por que não postar no blog? E fica a pergunta: o que você pensa sobre obsessão? Gosta desses temas, tem alguma obsessão própria? Comenta aí! Espero que tenha tido uma boa leitura. É nóis, e até a próxima!

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