Laranja Mecânica é um excelente livro

 

  Opa, boa tarde pra geral! Aqui estou eu mais uma vez escrevendo pro blog, mas hoje com um assunto diferente: vim falar de um livro! No caso, um dos meus favoritos, por ter sido um dos meus primeiros clássicos.

  Influenciado pela cultura jovem dos anos 50, Anthony Burgess escreveu Laranja Mecânica, que foi publicado em 1962. O livro mostra a vida de Alex, um jovem delinquente que vive em uma versão distópica da Inglaterra. Apesar de ser um pouco difícil pelo dialeto nadsat, é uma leitura que eu recomendo (mas tem cenas explícitas de violência, então cuidado).

  Se ficou interessado, pode ir parando a leitura, porque vamos entrar na área dos spoilers!

  Pra começar, muita gente diz que o livro tem violência gratuita, mas eu acho o contrário. É uma parte importante do personagem do Alex, ele é um delinquente, um criminoso, e são os atos ilegais dele que levam até o ponto principal da história. A violência, apesar de incômoda, é parte importante do livro.

  Depois de matar uma senhora tentando roubar a casa dela, os "amigos" do Alex fugiram e ele foi preso, com uma sentença de 14 anos. Na prisão, ele foi escolhido como cobaia da Técnica Ludovico, uma forma de terapia de aversão em que injetavam nele uma droga que causava náuseas enquanto ele era forçado a assistir vídeos violentos.

  O experimento deu certo, e ele passou a ficar enjoado só de pensar em violência, a ponto de não conseguir usar força bruta nem pra se defender, então liberaram ele da cadeia.

  Um dos pontos levantados no livro é a moralidade desse experimento. A ética dessa técnica é questionada por remover o livre arbítrio de uma pessoa, já que, segundo um dos personagens, "bom comportamento deve ser uma escolha".

  O próprio Alex diz em um dos capítulos que ninguém questiona o motivo de boas pessoas serem boas, então "qual seria a lógica de questionar pessoas más?" E ele acrescenta dizendo que pessoas boas são assim porque querem, e o mesmo serve pras pessoas ruins.

  É um livro que te coloca pra pensar nessa questão do bem vs. mal, e que te faz questionar sua própria moralidade. Ele levanta umas questões do tipo: a maldade deve sim ser punida, mas tirar o livre arbítrio e o poder de escolha de uma pessoa ruim é ético? Eu não consigo formar uma opinião definitiva sobre esse tópico, então fica pra vocês aí.

  Agora chegamos na minha parte favorita do livro: a linguagem nadsat! É uma mistura de inglês e russo, o que torna a leitura um pouquinho cansativa no começo por precisar consultar toda hora o vocabulário, mas depois que você aprende a maioria das palavras, a leitura flui que é uma beleza! Fiquei orgulhoso de mim mesmo por ter aprendido tudinho na época que li (mas hoje não lembro de mais nada, infelizmente).

  O livro tem uma adaptação em filme com a direção do Kubrick, mas eu não assisti ainda (pretendo assistir algum dia). Se você já viu, diz aí se gostou ou não!

  E pro post de hoje é isso. Foi mais expositivo do que opinativo, já que não tenho exatamente uma opinião sobre a questão ética e moral do livro. Mas quero saber a opinião de vocês! Espero que tenham tido uma boa leitura. É nóis, e até a próxima!